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Sobre Protágoras

Updated: May 6, 2020


Protágoras de Abdera (481-411 a. C.) foi um grande filosofo grego, considerado por muitos o primeiro sofista. Foi um dos primeiros a adicionar à filosofia questões éticas e políticas.


Ganhou fama por sua memorável enunciação “O homem é a medida de todas as coisas”. Essa frase representa sua ideia de que a verdade depende da experiência pessoal de um indivíduo, ou seja, para ele tudo é relativo e não existe uma verdade absoluta. Por esse motivo ele é considerado o pai do relativismo.






BIOGRAFIA


Protágoras nasceu em Abdera, aproximadamente no ano 481 a. C. Viajou por toda a Grécia difundindo seus ideias por onde passava, mas para que alguém fosse seu discípulo, era necessário que lhe pagasse. Sendo um dos ou o primeiro sofista.


Estima-se que a família de Protágoras seria de classe média e, ele próprio, teria começado por exercer um trabalho manual, fornecendo renda à sua família por meio de invenções. Sobre seu primeiro trabalho existe um referência na obra da juventude de Aristóteles, "Sobre a Educação"


Viveu durante um período da filosofia estudado como Período Clássico, onde a democracia se desenvolve, a vida intelectual e artística entra no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial e militar.


Por causa da democracia desse período, as pessoas precisavam defender suas próprias causas relacionadas a questões políticas ou judiciárias, onde o lado que apresentasse os melhores argumentos seria o vencedor. Como não haviam advogados, surgiram professores como Protágoras, que ensinou legislação e oratória às pessoas das cidades onde passava, ganhando muito respeito por Péricles e Eurípedes e na cidade de Atena.



FILOSOFIA DE PROTÁGORAS


Sua filosofia baseia-se na sentença "O Homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são." Com essa máxima, Protágoras buscava explicar que tudo depende da subjetividade e particularidade de cada indivíduo. Ou seja, não há uma verdade absoluta, um critério absoluto para distinguir o ser do não ser, mas sim uma verdade relativa às diferentes concepções de mundo e vivências de cada indivíduo. Ele acrescenta e diz que o mesmo vale para padrões morais absolutos, e que na verdade o que existem são coisas mais oportunas, úteis e convenientes. Por exemplo, as questões éticas de um certo período histórico podem ser totalmente diferentes em outro período.


Para dar mais enfase a essa ideia se analisa-se sua sentença "Tal como cada coisa se apresenta para mim, assim ela é para mim, tal como ela se apresenta para você, assim ela é para você." A partir disso Protágoras fortalece seu discurso sobre a relatividade da verdade,

e defende as antilogias acentuando que a respeito de todas as questões há dois discursos, coerentes em si mesmos mas que se contradizem um ao outro.

Essa imagem mostra com clareza o pensamento protagórico. Pois para cada individuo na imagem há uma concepção diferente de qual número está escrito, para um o número é o 9, para outro o número é o 6. Logo, a verdade depende do ponto de vista.


Mas quem está certo?

Para Protágoras, os dois, pois os dois dizem a verdade assim como ela se apresenta para eles.


SOFISMO


Os sofistas foram os primeiro filósofos do período socrático, criticavam as tradições do estado, da religião, dos privilégios e os ensinamentos dos filósofos cosmologistas. Considera-se os sofistas como mestres de oratória ou de retórica. Buscavam ensinar aos jovens que os procuravam a arte da persuasão, as técnicas e métodos para tornar um argumento fraco em um argumento forte. Pois, segundo eles, assim os jovens se tornariam bons cidadãos.


Eles acreditavam que se alguém tivesse o conhecimento necessário para fortalecer um argumento, qualquer discurso poderia se sobressair sobre o outro, desde que fosse provado seu lado com fortes argumentos utilizando-se da arte da persuasão.


Por isso Sócrates os criticou, dizia que não tinham amor ao conhecimento nem respeito pela verdade, pois defendiam qualquer ponto de vista sem se importar com o certo, só se importavam se aquilo os traria vantagens ou não. Os via como mercenários, pois transformavam a filosofia em uma forma de ganhar dinheiro ao cobrar por seus ensinamentos.


Protágoras é considerado pela maior parte dos críticos como o primeiro e o maior sofista de todos os tempos. Tanto que o célebre filosofo Platão dedicou um de seus diálogos ao sofista.


RELAÇÕES COM A RELIGIÃO


Protágoras não foi capaz de afirmar se os deuses existiam ou não, pois era um assunto muito nebuloso e a vida algo demasiadamente breve para se afirmar ou negar tal questão. Para ele poderiam surgir diferentes argumentos que sustentam a existência ou a inexistência dos deuses, então, sobre esse assunto, ele se manteve nulo.


Ele não se pronunciou sobre a existência dos deuses pois achava que esse assunto necessitava de um conhecimento que vai além da capacidade humana, então nós, como homens, não teríamos capacidade alguma de distinguir a existência do divino como verdade ou mentira.


Alguns estudiosos defendem que Protágoras seria melhor descrito como uma ateísta, pois teria defendido que, se algo não pode ser conhecido, este algo não existe.


Por ser um homem cético, Protágoras foi convidado a sair de Atenas e suas, onde foi processado e condenado, e parte de sua obra foi queimada em praça pública. Fugiu para a Sicília, onde viveu até o dia de sua morte por volta de 410. Por causa desse acontecimento há várias discussões sobre sua vida e sobre suas ideias. (Suas ideias foram estudadas a partir de uma de suas obras restantes A "Verdade", nomeadamente, o homem-medida).



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